terça-feira, 19 de junho de 2012

A verdade



Não tive vontade de levantar.
Meu corpo doía e ruía a cada movimento brusco.
Eu não pedi que marcassem meu corpo daquela maneira.
No entanto, enquanto marcavam eu ria.
Se o sangue que corria quente em mim, estivesse escorrendo...
Provavelmente eu riria.

Eu ri da hipocrisia de se acharem puros e mesmo assim profanarem meu corpo.
Ri porque quanto mais eu ria, menos sentido a agressão fazia.
Ri de escárnio.
Ri de coragem.
Gargalhei intensamente quando as marcas roxas apareceram.

Gargalhei porque obtive uma vitória sobre meu adversário.
Ele não conseguiu ouvir a verdade sem agredir.
Tentou me calar com a força e a violência que jorravam do corpo dele.
Eu não tinha à quem recorrer.
Eu não tive como gritar.
Eu só podia rir.

Enquanto a dor era tão grande que parecia que meus ossos eram quebrados...
Lenta e dolorosamente.
Como se minha pele estivesse sendo aberta com uma força sobrenatural.
Como se todas as partes sensíveis do meu corpo estivessem sendo chutadas.

Quem sabe o que é justiça?
Quem sabe o que é ser normal?
Quem liga para os motivos alheios?

Me agridam até a morte!

Não vou me calar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário