terça-feira, 5 de junho de 2012

Neologismos!



Tão vazio...
Já não sei se há uma esperança...
O que é esperança?
Talvez, a arte de esperar por algo.

Estou traçando as linhas desse poema em roxo.
Não gosto de escrever poemas com essa cor.
Prefiro o azul caneta, que é simples,
mas para um poema, quanto mais simples, melhor.
É o cru que desenha a beleza.
Muito enfeite tira a essência do poema.

Gosto de poesias...
Só não gosto muito de escrevê-las.
Rimar me deixa com dor de cabeça.
Não porque não consiga. Consigo.
Rimas são regras.
Tenho uma aversão natural à regras. 
Regras me deixam nervosa.
Me dão sensação de estar enjaulada.
Não gosto de jaulas.
Até mesmo os animais detesto ver em jaulas.
Imagine eu então!
Só se for para virar bicho.
Isso é para quem não teme o perigo.
Sou perigo.

Métricas também me irritam.
Por não deixar surgir nada novo.
Livre.
Métricas também são regras.
Eu e as regras...

Certa vez conheci um homem.
Disse que rompia com as regras.
Quando vi: Decepção.
Tudo medido, quatro quatro, sete sete.
Não que fosse ruim... Era bom.
Mas aquelas rimas...

Por que o amor e a dor andam juntos?
Por eles rimarem!
Se a dor se chamasse macarrão,
jamais ela seria ligada ao amor.

Aliás, talvez fosse melhor trocar os significados.
Dor seria macarrão.
Macarrão seria dor.
Pense que bom seria:
- Caro, você quer dor com molho de quê?
- Oras, prefiro dor com almôndegas!

E macarrão, que agora seria a nova dor, 
rimaria com as palavras corretas.
"Oh! Este que me dilacera: Macarrão!
Depois de tamanha desilusão,
decepção."

Realmente, seria uma troca excelente.
Tão vazio...
Não consigo pensar em nada...
Desisto!
Que venha a inspiração quando ela quiser.
Não vou ficar aqui sentindo macarrão à toa...
Até porque na cozinha, um bom prato de dor me espera.

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