sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Madrugadas

Madrugada... Ah! As madrugadas. São tão belas e poéticas.
No meu quarto as madrugadas são calmas. Horas tranquilas aproveitadas geralmente nas leituras ou no desfrutar de alguma música. Ou simplesmente pensando.
Pensando em como as pessoas gastam as madrugadas dormindo, em como elas não veem a lua como eu, pela janela. Pensar que as pessoas se fecham dentro de um quadrado de cimento e barro, bloqueiam todas as entradas, depositam seu corpos sobre um retângulo e se cobrem -mesmo nos tempos quentes- até a cabeça. 
Prefiro dormir de janelas abertas. E nas madrugadas brandas, posso sentir a brisa leve tocar minha pele, e por umas poucas horas -enquanto todos já estão confinados em seu sono- eu divago, desestresso. E as pessoas tão profundamente embebidas em seu cansaço que nem observam o que passa, as manchas nas paredes, a cor das telhas, as paisagens... E não há sequer como culpá-las por isso.
A necessidade é mãe do medo. Eu tenho medo. Eu preciso e preciso. Mesmo assim não abro mão de divagar pelas madrugadas, onde ouço ruídos inobservados, diferentes a cada dia.
E não importa quantas madrugadas passei em claro, todas foram emocionantes à seu modo. Não há madrugada igual. Sei que não importa quantas madrugadas passe acordada, nenhuma será igual! Isso é uma certeza.

Starry Night - Vincent Van-Gogh

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

E para os muitos e que Já valsaram O Danúbio Azul...

... rendam homenagens ao criador: Johann Strauss.

E mais uma vez Mário Quintana...

...Um dia descobrimos que beijar uma pessoa para esquecer outra, é bobagem.
Você não só não esquece a outra pessoa como pensa muito mais nela...
Um dia nós percebemos que as mulheres têm instinto "caçador" e fazem qualquer homem sofrer ...
Um dia descobrimos que se apaixonar é inevitável...
Um dia percebemos que as melhores provas de amor são as mais simples...
Um dia percebemos que o comum não nos atrai...
Um dia saberemos que ser classificado como "bonzinho" não é bom...
Um dia perceberemos que a pessoa que nunca te liga é a que mais pensa em você...
Um dia saberemos a importância da frase: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas..."
Um dia percebemos que somos muito importante para alguém, mas não damos valor a isso...
Um dia percebemos como aquele amigo faz falta, mas ai já é tarde demais...
Enfim...
Um dia descobrimos que apesar de viver quase um século esse tempo todo não é suficiente para realizarmos
todos os nossos sonhos, para beijarmos todas as bocas que nos atraem, para dizer o que tem de ser dito...
O jeito é: ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida ou lutamos para realizar todas
as nossas loucuras...
Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação.


Carta de Pero Vaz de Caminha ao rei de Portugal.

  

"Pardos, nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Traziam arcos nas mãos, e suas setas. Vinham todos rijamente em direção ao batel(...)."

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Shakespeare - Soneto 64


Farol de Alexandria
When I have seen by Time's fell hand defaced
The rich-proud cost of outworn buried age,
When sometime lofty towers I see down-rased,
And brass eternal slave to mortal rage.

When I have seen the hungry ocean gain
Advantage on the kingdom of the shore,
And the firm soil win of the watery main,
Increasing store with loss, and loss with store.

When I have seen such interchange of State,
Or state it self confounded, to decay,
Ruin hath taught me thus to ruminate
That Time will come and take my love away.

This thought is as a death which cannot choose
But weep to have, that which it fears to lose.


William Shakespeare