sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Madrugadas

Madrugada... Ah! As madrugadas. São tão belas e poéticas.
No meu quarto as madrugadas são calmas. Horas tranquilas aproveitadas geralmente nas leituras ou no desfrutar de alguma música. Ou simplesmente pensando.
Pensando em como as pessoas gastam as madrugadas dormindo, em como elas não veem a lua como eu, pela janela. Pensar que as pessoas se fecham dentro de um quadrado de cimento e barro, bloqueiam todas as entradas, depositam seu corpos sobre um retângulo e se cobrem -mesmo nos tempos quentes- até a cabeça. 
Prefiro dormir de janelas abertas. E nas madrugadas brandas, posso sentir a brisa leve tocar minha pele, e por umas poucas horas -enquanto todos já estão confinados em seu sono- eu divago, desestresso. E as pessoas tão profundamente embebidas em seu cansaço que nem observam o que passa, as manchas nas paredes, a cor das telhas, as paisagens... E não há sequer como culpá-las por isso.
A necessidade é mãe do medo. Eu tenho medo. Eu preciso e preciso. Mesmo assim não abro mão de divagar pelas madrugadas, onde ouço ruídos inobservados, diferentes a cada dia.
E não importa quantas madrugadas passei em claro, todas foram emocionantes à seu modo. Não há madrugada igual. Sei que não importa quantas madrugadas passe acordada, nenhuma será igual! Isso é uma certeza.

Starry Night - Vincent Van-Gogh

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