quarta-feira, 30 de maio de 2012

Monólogo


Hoje me peguei pensando naquilo, de novo... 
E isso me irrita em uma proporção extrema. 
Gera revolta em mim!
Uma angústia que me abraça, 
como toneladas de correntes sobre mim.
Isso me sufoca.
Me sinto prisioneira...

Eu não gosto de me sentir prisioneira dos meus pensamentos!

Se os deixo livres, quero ser livre também.
Eles são egoístas.

Pára! 
Eu não desejo mais pensar nisso.
A culpa é sua...
A culpa é minha...

Pára de me sufocar! Pára!
Me deixa sair daqui!
Me deixa sair de mim!
Me deixa sair dessa prisão que é meu corpo!
Tire suas mãos de meus tornozelos!
Se quiser, leva um pedaço do meu coração!
Mas pára!

Eu não quero enlouquecer ainda mais!

Respeite meus desejos!

Deseje meu respeito...

Não tente me acalmar...
Me deixa gritar!
Se não quiser ouvir, as paredes ouvirão.

Vá embora pensamento!
Não me lembre mais daquilo...
Não me faça prisioneira...

Me deixa.




terça-feira, 29 de maio de 2012

Ela é virgem


Há um nu, que não aparece aos teus olhos...
Mesmo que você veja: ela é santa.

Te provoca e sai no mundo transparente.
Querer é assinar sentença de morte.
Ganha o mundo com a pureza... 

Esperta.

Perto do sonho, a lua a toca.
Há uma toca: abaixo.

Brilha a estrela favorita.
A menina se prepara.

É ritual...

segunda-feira, 28 de maio de 2012

O segredo dela



Deixa o vento seduzir você.

Uma carícia faz diferença...
Ganha quem faz diferente.

Pega o passo.

Paz!

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Afrodite


Aquela que olha da cama.

Os fatos capturam meus sorrisos.
Gemidos.
Salvos casamentos.
Faço o que elas não fazem.
Sou profissional.
Trago a felicidade.
Mas não trago a felicidade, prefiro um cigarro.

Já me levaram o que eu tinha...
Não sou mais humana.
Seus olhos...
Porca imunda e presa.

Meu corpo é preso.

Eu queria sair de tudo isso...

Eu quero gritar o que sinto!
Não tenho direito.
Não tenho dinheiro.
O beco é meu...
O escuro é meu...
O prazer? Seu...

Mentira é dizer que não sinto.
A vergonha não é minha,
aliás, deveria ser sua.

Me capturou criança e nunca mais me soltou.
Tenho medo.
Meu corpo se enruga.
E minha sobrevivência?

Morrerei na escuridão...

Sozinha.
Renegada.
Excluída.
Esquecida.
Doente.
Usada.

Não haverá rosa, dália, girassol...
Meu caixão, do mais vagabundo material.

Sem perspectiva?

Ele.
Veste as roupas.
E paga meu amor.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Flor do Desespero


Não pára de sangrar...
Eles, me violaram e me deixaram no escuro.
E dói. Dói como nenhuma outra dor que já senti.
Dói o corpo, a mente.

A lembrança imunda do momento.
Eu tive escolha...
Eu podia...
A culpa é minha!

Esse ser que me inferniza.
A voz que diz: a culpa é sua a culpa é sua a culpa é sua.

Meu desespero escorre líquido...
Acariciando as maçãs, o queixo, o pescoço.
As lágrimas e seu toque morno.

Ferida...
Nasce a Fera.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Calabouço



Escorre...
Líquido, pelo rosto.
Arrastando consigo a juventude.

Não arranha a alma.
O tempo é cruel com a futilidade.
Castiga a superfície e engrandece o profundo
daquele que sabe aproveitar-lhe.

O tempo é o cristal.

É quase impossível descobrir que segredos Ele guarda, 
o prenúncio vem aos com muito coração e algum talento.

Ele é guarda tirânico, 
que vigia sempre sua prisioneira: Vida.

Até o momento do extermínio...

Crepúsculo


Faria tudo isso algum sentido?
Deve sentir o que passa...
Se penso, não preciso parar.
Não há via, havia...

Paralelo.
Perda, ache tudo aquilo que jamais perdeu.
E se perderam por você...
Busque!

O que é seu te chama, alma.
O que é seu se atrai por você, pensamento.

Se embeber na luz do fim: Destino.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

O pequeno prazer

Aquele prazer mínimo...
Bobo.
Sem motivo.


Aquele sabor. A textura e o movimento.
Momento de cor e de esperança.

Não cansa. 
É belo  se explica.
Chama atenção.

Chama...

Momento que não se perde.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Aquilo que não é passível de fazer sentido


Tantas vezes como um choque...
Afasta-nos da dormência.
E ilumina o profundo onde debruçada está a lua.

Tempo.

É tudo questão? 
Talvez algumas respostas...
Certeza de alguns tombos.

Algumas palavras que ainda guardam valor.
Sentido de mundo é vida...
De onde não se exclui o humor de Loke.

Cacos.

Deixa, o tempo.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Erótico



Crepúsculo nas linhas.
Imagem, margem, mar...
Sopra. Vento, gelado no pescoço.
Poço, pedindo misericórdia.
Mergulha funda e grita.
Porque a tinta, tão fácil, tão vulgar, 
que deixa-se ser usada pelas mãos!
Pelos medos...
E se vê, se vê e vê.
Escorrega pelo tubo...
A mão.
Artista que faz da boca o instrumento mais afinado
e daquilo que pega: a flauta.
Melodia escorrendo pela pele.
Pura.
A tinta é a pessoa obscura.
A cor. Maleável? Flexível?
Mas é cor, e tem curvas.

E se põem o sol no fim da linha.
Não há limite, se enxergar alguém.

Aquém, fica o sangue que borbulha...
E o leite da vida.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Para um ladrão, com carinho...

Eu não sei o que se passa,
só sei que meu coração bate,
descompassado,
sentindo sua presença ou sua falta.
E isso dói,
dói muito,
dói fundo!
E me extasia...
E sinto aquilo tudo,
em ebulição.

Já não existe nem noite,
nem dia.
Só mesmo aquela melodia,
que me lembra
o que não deveria,
porque mesmo as almas sem dono,
sem formas de serem presas,
se apegam aos ritmos que a noite traz.
E mesmo o ser mais obscuro,
é capaz de se doar.
Amor?
Isso é palavra.
O movimento que se sente entre o sussurro e o suspiro
é a parte que nos toca.
Preciso...
A parte me chama...
E vou.
Meu destino é a noite.

Metade


Falta...
Falta um pedaço.
Falta um passo.
Falta um pulso.
Falta um pensamento.
Falta tempo.
Falta dia.
Falta amor e alegria.
Falta riso...

Me falta em mim...

Marcas...

Vazio?

Será que o apego me pegou de jeito?!

E ficaram cicatrizes!
Irreversível...

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Laços



O abraço eterno. 
Das lágrimas que caem nasce a força.
Do sorriso tão aberto a esperança.
Dos laços que construímos vem o amor.
Porque é direito ser errado.

Não se apegue aos problemas fúteis.
Jogue-os pela janela do seu coração.
Janela que aliás está apenas meio aberta, 
e é preciso deixar o ar entrar ou os ácaros tomarão conta de seu ambiente interno.
Respeitar o outro é ser o próprio.

Jamais abandoneis aqueles que estão no canto.
O canto, gera energia à alma.
Não aceito as glórias, 
pois um amigo que ajuda, tem sempre outro amigo que o ajuda.
Agradeça ao meu amigo, que vela pela minha existência a todo momento.

De sonhos é feito o caminho.



quarta-feira, 9 de maio de 2012

Caleidoscópio


E subitamente, aquele coração que tanto sofre
se enche de alegria.
O mal, muitas vezes se dispersa. 
Nem mesmo ele suporta a pressão da vida.
Ninguém chama de amigo ao acaso...
Há sempre um motivo, 
uma prova.

Para os que conhecem, é difícil sorrir.
Os ignorantes não acham causas.
Os inocentes sorriem por o serem.

Se encher de alegrias não é se encher de ilusões.
A alegria não se perde.
Passa.
Fica memória.
As ilusões machucam o ser.
Sempre.

Ser feliz é a arte que não faz parte.
Não pertence.

Aos que lançam seus barcos à busca...
Boa sorte!
Aos que não lançam...
Morrerão amargos.
Aos que duvidam...
Decidir é o primeiro ato de bravura.

Seja franco.
Seja fraco.
Será forte.

E subitamente seu coração que sofre, 
se enche de alegria.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Apocalipse

E o mundo a minha volta é tão cruel...
Vejo os amigos se perderem, 
e não posso fazer quase nada.
O sistema os devora.
Os amores os devoram. 
Em busca do prazer fácil, 
fútil.
Me magoam.

E quando a morte cravar a estaca neles, 
haverá um arrependimento.

A alma deles queimará junto à minha.


quinta-feira, 3 de maio de 2012

Personalidade



Um tanto quanto poética.
O outro tanto, suicida.
O interior desperta o medo.
Medo...
Silencio.

Pequenas ondas: de pensamento.
Brincar de gostar.
Domínio...
Fundo.

Sempre de poucas palavras.
Muitas palavras não traduzem o real.
Pensar no tempo.
Não pensar.

Sentidos.

Sensações.

Um tanto quanto profundo.
Ecoa abaixo dos pés.
Diz adeus antes de partir.
A partida será brusca.

Sopra o vento.Silêncio