terça-feira, 15 de maio de 2012

Erótico



Crepúsculo nas linhas.
Imagem, margem, mar...
Sopra. Vento, gelado no pescoço.
Poço, pedindo misericórdia.
Mergulha funda e grita.
Porque a tinta, tão fácil, tão vulgar, 
que deixa-se ser usada pelas mãos!
Pelos medos...
E se vê, se vê e vê.
Escorrega pelo tubo...
A mão.
Artista que faz da boca o instrumento mais afinado
e daquilo que pega: a flauta.
Melodia escorrendo pela pele.
Pura.
A tinta é a pessoa obscura.
A cor. Maleável? Flexível?
Mas é cor, e tem curvas.

E se põem o sol no fim da linha.
Não há limite, se enxergar alguém.

Aquém, fica o sangue que borbulha...
E o leite da vida.

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