sexta-feira, 25 de maio de 2012

Afrodite


Aquela que olha da cama.

Os fatos capturam meus sorrisos.
Gemidos.
Salvos casamentos.
Faço o que elas não fazem.
Sou profissional.
Trago a felicidade.
Mas não trago a felicidade, prefiro um cigarro.

Já me levaram o que eu tinha...
Não sou mais humana.
Seus olhos...
Porca imunda e presa.

Meu corpo é preso.

Eu queria sair de tudo isso...

Eu quero gritar o que sinto!
Não tenho direito.
Não tenho dinheiro.
O beco é meu...
O escuro é meu...
O prazer? Seu...

Mentira é dizer que não sinto.
A vergonha não é minha,
aliás, deveria ser sua.

Me capturou criança e nunca mais me soltou.
Tenho medo.
Meu corpo se enruga.
E minha sobrevivência?

Morrerei na escuridão...

Sozinha.
Renegada.
Excluída.
Esquecida.
Doente.
Usada.

Não haverá rosa, dália, girassol...
Meu caixão, do mais vagabundo material.

Sem perspectiva?

Ele.
Veste as roupas.
E paga meu amor.

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