Aquela que olha da cama.
Os fatos capturam meus sorrisos.
Gemidos.
Salvos casamentos.
Faço o que elas não fazem.
Sou profissional.
Trago a felicidade.
Mas não trago a felicidade, prefiro um cigarro.
Já me levaram o que eu tinha...
Não sou mais humana.
Seus olhos...
Porca imunda e presa.
Meu corpo é preso.
Eu queria sair de tudo isso...
Eu quero gritar o que sinto!
Não tenho direito.
Não tenho dinheiro.
O beco é meu...
O escuro é meu...
O prazer? Seu...
Mentira é dizer que não sinto.
A vergonha não é minha,
aliás, deveria ser sua.
Me capturou criança e nunca mais me soltou.
Tenho medo.
Meu corpo se enruga.
E minha sobrevivência?
Morrerei na escuridão...
Sozinha.
Renegada.
Excluída.
Esquecida.
Doente.
Usada.
Não haverá rosa, dália, girassol...
Meu caixão, do mais vagabundo material.
Sem perspectiva?
Ele.
Veste as roupas.
E paga meu amor.
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