quinta-feira, 26 de abril de 2012

Homenagem à gitana.


Ao som do batucar, mexe o quadril.
Para lá  e para cá, te encanta o ondular.
A serpente e seu olhar.
Te laça no giro.
Sacode os ombros devagar.
Olhos abusadamente expressivos, 
te chamam para o encanto, 
para delícias, enganos.

Mulher de giros e atitudes.
Eis que lança uma coxa a seus olhos.
Tecidos que te confundem e te seduzem .
Porque ela confunde com as cores e com os cheiros.
Cores nobres da natureza.
Ervas finas e fortes que te encantam.
Ela cheira à canela, tem cor de canela e te olha canela.

E ondula o ventre.
Te chamando e se recusando aceitar você.
Você é fraco, ela sabe que se rende.
Ela brinca com você.
Brinca com seu ego.
Balançando medalhas barulhentas, 
que te encantam.

Ela dança o punhal, e com o punhal.
Olha fixo sua alma. Te desvenda as mãos.
Ela sabe. Vê. Gira à sua volta.
Ela te leva onde quiser.
Seu coração é dela, só dela.
E ela o quer...
Batendo com suas mãos quentes de unhas compridas.
Porque ela vai levar ele de você.

Se você perde o coração para ela, 
jamais o recupera.
Mesmo que ela não o tire fisicamente de você.
Porque ela balança o quadril e mexe os tecidos.
Fazendo barulhos com suas medalhas.
Ela te salva de tudo e de todos.

Ela é anjo.
Pedaço de paraíso.
Ondula o corpo como nenhuma outra.
Ela te encanta com seu olhar profundo.
Que ilumina todo o sempre, 
todo seu caminho.
Porque ela é cigana.

Nenhum comentário:

Postar um comentário