sexta-feira, 27 de abril de 2012

Causa mortis


Por ficar a cabeça pesada, quente e insuportável.
Por desejar incessantemente um momento de paz.
Por ficar à espreita de uma brecha de sentimento.
Por ficar aceitando migalhas de esperança.
Por não se desenvolver como quer.
Por dizer aquilo que pensa.
Por concluir algo sem resposta.
Por ser de duro caráter.
Por querer uma melhora instantânea.
Por querer que a vida continue nos outros.
Pôr do sol.

Não faz sentido não fazer.
O mundo não aceita incógnitas.
Hoje ser. Amanhã sabe-se lá o que!
E o frio abraça no espaço breve, 
entre o vaso na parede e o porta retratos no chão.
Portas, muitas incontáveis.
As decisões estão certas.
Incerto é aquele que esbarra, por não olhar o caminho.
Estar de cabeça erguida é condenável.
Fite o chão. Filma-o! Decore! 
Diga que o ama. E amará para sempre. 
Não deseja o amor do céu, 
por não poder, 
por não dever.
Pés presos ao chão.
Pesos ao chão.

Desejando que a vaidade caia à máscara.
Que o balanço arrebente o lado forte.
Finda a contentação momentânea.
Sem direito de falar.
Sem poder duvidar de tudo.
Sem poder sentir.

Morre aos poucos...
no aconchego do lar e da solidão.

Causa mortis Originalidade.

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